Trecho do poema: A Castanha.
Este Poema foi escrito pelo Heitor, um curumim de 13 anos que mora na Floresta Nacional de Tefé. Representou muito bem, aquilo que me orgulho.
...eu vim de uma família
pobre,
e não tenho
vergonha de dizer,
pois é minha
realidade,
não poderei esconder,
pois pobreza é uma
coisa da vida
em que eu não deixei
de viver.
e hoje eu ainda sou
pobre,
e tenho prazer de
dizer,
nasci pobre e ainda
hoje,
pobre não deixo de
ser,
e quem é pobre é simples,
e simplicidade é bom
ter,
pois simplicidade é
casa de pobre,
e pobre no mundo
também tem direito de viver.
Heitor Neto
Heitor, Elson e o pequeno Adriano
Este outro, é um trecho do poema ''História Vivida'' que tirou segundo lugar na Festa da castanha de Tefé, no meio de um monte de professores, escrito pelo Elson, mais conhecido como ''o macaco prego'', pela dança do macaco doido na Folia. Um grande amigo que me acompanha na comunidade do Arraia.
História Vivida
...A castanha tem sua beleza
Que eu vou falar
Tem creme tem xampu
Para moça se belezar
Arvore serve pra muita coisa
Pra casa, canoa, batelão
Mas se nós não derrubasse
Daria mais produção
Teria mais castanheira
Pra nossa população
Agora está mais difícil
É muita gente querendo ajuntar
Você sai de madrugada
Para a frente do outro tomar
Não faz nem caminho
Que é pra castanheira não encontrar
Aqui faço um apelo
Meus amigos comprador
De um preço mais justo
Para o pobre agricultor
Muita vez da muito medo
Quando cai um temporal
É pau pra todo lado
No meio do castanhal
Se você for pra debaixo
Vai parar no hospital
Vamos ver daqui pra frente
Como vai ficar a situação
A gente vendendo castanha
Só empresário que ganha
Manda pra Alemanha
Argentina, Peru e Japão.
Esta história que contei aqui
É pura realidade
Quem disser que estou mentindo
Vai perguntar na comunidade
Todo ano mesma coisa
Não tem preço de qualidade
Elson