Saindo de Manaus, nos deparamos com uma pequena comunidade de ribeirinhos. Presta atenção no detalhe da marca da água nas casas. Indica uma das maiores cheias dos últimos anos.
A beleza destas casas é poética. Não precisaram aterrar nada para construí-las, no entanto, tiveram que deixar suas casas na subida das águas.
Pra quem se sente só, e gostaria daqueles momentos de dormir com a galera, tudo junto, um por cima do outro, mesmo no calor. Vem passear de recreio.
Custo Manaus-Tefé:100,00 (vale pechinchar)
Incluído alimentação típica: tapioca, caráa, farinha amarela de mandioca brava, peixe, macaxeira,...
Tem que levar a própria rede.
Depois de três dias e duas noites subindo o Solimões, eis que surge Tefé.
A viajem é doida, dá pra ler, ver o sol nascer e se pôr, dá pra tomar banho de chuva, ver um céu limpo a noite e curtir algumas constelações de estrelas.
Mas, nem tudo é ânimo total. Se deparar com a Petrobras em uma das margens do Solimões, é uma tristeza igual.
Fura aqui, fura dali,
fura lá, fura acolá,
mais parece um tamanduá
furando um buraco ali.
O progresso em frenesi
em nada pode parar,
fura poço em pleno mar,
a Natureza se esbanja.
A Terra é uma laranja,
qualquer dia vai murchar.
Cavam pás e picaretas,
máquinas sofisticadas,
fauna e flora devastadas,
nada sobra do Planeta.
Tem metrô feito cometa,
mais abaixo a passar,
tem minério pra tirar,
ligeiro tudo se arranja.
A Terra é uma laranja,
qualquer dia vai murchar.
Pedro Munhoz
A TERRA É UMA LARANJA QUALQUER DIA VAI MURCHAR
E o tão famoso encontro das águas. De um lado as águas do rio Solimões, que nasce na cordilheira dos Andes e carrega bastante sedimento, de outro o Lago de Coari, com suas águas negras, ácidas e com bastante matéria orgânica.
Grande companhia dessa galera. O NEGA na Amazônia se permitindo transformar...
E pra finalizar, um dos mais doidos Pôr-do-sol que já vi.
A várzea no fundo acolhendo o sol.