terça-feira, 18 de setembro de 2012

Entre redes e muita água...

Saindo de Manaus, nos deparamos com uma pequena comunidade de ribeirinhos. Presta atenção no detalhe da marca da água nas casas. Indica uma das maiores cheias dos últimos anos.
A beleza destas casas é poética. Não precisaram aterrar nada para construí-las, no entanto, tiveram que deixar suas casas na subida das águas. 
Pra quem se sente só, e gostaria daqueles momentos de dormir com a galera, tudo junto, um por cima do outro, mesmo no calor. Vem passear de recreio. 
Custo Manaus-Tefé:100,00 (vale pechinchar)
Incluído alimentação típica: tapioca, caráa, farinha amarela de mandioca brava, peixe, macaxeira,...
Tem que levar a própria rede.
Depois de três dias e duas noites subindo o Solimões, eis que surge Tefé.
A viajem é doida, dá pra ler, ver o sol nascer e se pôr, dá pra tomar banho de chuva, ver um céu limpo a noite e curtir algumas constelações de estrelas. 
Mas, nem tudo é ânimo total. Se deparar com a Petrobras em uma das margens do Solimões, é uma tristeza igual.
Fura aqui, fura dali,
fura lá, fura acolá, 
mais parece um tamanduá
furando um buraco ali. 
O progresso em frenesi
em nada pode parar, 
fura poço em pleno mar, 
a Natureza se esbanja. 
A Terra é uma laranja, 
qualquer dia vai murchar.

Cavam pás e picaretas, 
máquinas sofisticadas, 
fauna e flora devastadas, 
nada sobra do Planeta. 
Tem metrô feito cometa, 
mais abaixo a passar, 
tem minério pra tirar, 
ligeiro tudo se arranja. 
A Terra é uma laranja, 
qualquer dia vai murchar.
Pedro Munhoz
A TERRA É UMA LARANJA QUALQUER DIA VAI MURCHAR



E o tão famoso encontro das águas. De um lado as águas do rio Solimões, que nasce na cordilheira dos Andes e carrega bastante sedimento, de outro o Lago de Coari, com suas águas negras, ácidas e com bastante matéria orgânica.
Grande companhia dessa galera. O NEGA na Amazônia se permitindo transformar...
 
E pra finalizar, um dos mais doidos Pôr-do-sol que já vi.
A várzea no fundo acolhendo o sol. 


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